RETROSPECTIVA 2015 – MPES
07/01/20162015: um ano de crise, mas com grandes realizações
O ano de 2015, apesar de marcado pela crise econômica e incertezas na política nacional, foi um ano de muitas realizações para o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), definido pelo crescimento da instituição, pela modernização administrativa e tecnológica e pela atuação característica do Ministério Público, a constante defesa da sociedade e dos direitos do cidadão. Confira na retrospectiva o que foi mais acessado no site do MPES em 2015. A série será publicada em três dias com os principais fatos da atuação institucional. Veja o resumo do primeiro quadrimestre do ano passado.
Janeiro a Abril
O primeiro quadrimestre do ano de 2015 do MPES foi marcado pela luta na defesa do consumidor, pelo fomento ao debate junto à sociedade, por meio de encontros e seminários, e pelo combate à corrupção e aos danos ao erário, por meio de operações capitaneadas pela instituição.
Janeiro – O MPES passou a integrar uma comissão nacional pela resolução de casos de violência doméstica contra a mulher, dando suporte para que julgamentos sejam viabilizados. A medida foi proposta em reunião realizada com a ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 27 de janeiro.
Ainda em janeiro, o MPES se destacou na defesa dos direitos do consumidor, acionando a instituição de ensino Sistema Educacional Brasileiro (SEB), conhecida como Colégio COC, que estaria exigindo, mediante cláusula contratual, que seus alunos adquirissem, para utilização dos instrumentos didáticos do colégio, um tablet de determinada marca, sob pena de impossibilidade de esses alunos cursarem o ano letivo. Diante da irregularidade, o MPES ajuizou Ação Civil Pública em face da instituição exigindo que o colégio deixasse de condicionar a matrícula, a rematrícula ou o curso do ano letivo à posse dos equipamentos, além de solicitar que a decisão tivesse eficácia em âmbito nacional, visto que a escola possui filiais em cinco Estados.
Fevereiro – Mais uma vez, a defesa do consumidor marcou a atuação do MPES. Foram ajuizadas Ações Civis Públicas (ACP) importantes nesse âmbito, como a ACP em face das Casas Bahia, acusada de prática de venda casada, que resultou em decisão judicial a favor do MPES e em benefício da sociedade, proibindo tal prática pela empresa.
Outra ação de peso foi ajuizada contra a operadora de Telefonia Vivo, em razão da má prestação dos serviços de telefonia móvel ofertados aos consumidores capixabas e diante da negativa da operadora em buscar soluções que pudessem minimizar os danos causados à sociedade. A operadora foi acionada diversas outras vezes pelo MPES ao longo do ano de 2015.
Março – Uma operação foi deflagrada pelo MPES, por meio da Procuradoria de Justiça Especial e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A Operação “Olísipo” (Foto) cumpriu 32 mandados de buscas, apreendendo documentos, computadores, mídias e outros equipamentos, além de uma arma de fogo e um carregador para pistola com munições intactas. O objetivo foi desarticular e colher provas relativas à existência de associação criminosa constituída com o fim específico de lesão aos cofres públicos do município de Itapemirim e cuja atuação pode ter gerado danos milionários ao erário.
O reforço à atuação no combate aos danos aos cofres públicos veio por meio da abertura dos trabalhos do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), órgão formado por integrantes do MPES, da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Polícia Civil, que passaram a atuar de forma conjunta, por meio de seus núcleos específicos de combate à sonegação, para reforçar a repressão à prática e tornar mais efetivo o combate a esse tipo de crime.
O diálogo entre Ministério Público e sociedade se mostrou vital na ampliação do debate de temas de relevância para sociedade, como a diversidade sexual discutida no 1º Seminário da Comissão de Direito à Diversidade Sexual do MPES, realizado em 9 de março. O evento levou mais de 250 pessoas ao auditório do MPES para debater o Estatuto da Diversidade Sexual, a criminalização da homofobia e o Estado laico.
Abril – O destaque foi para a atuação em prol da educação e da defesa do consumidor. O MPES, por meio da Promotoria de Justiça Cível Piúma, ingressou com Ação Civil Pública (ACP) requerendo a adequação da rede de ensino no município. Em São Mateus, o MP recomendou que a Prefeitura realizasse concurso para cargos na área da Educação, por entender que essas funções são de demanda permanente da população. A ação resultou em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) garantindo a realização do concurso. Na defesa do consumidor, o MPES notificou operadoras de telefonia móvel do Estado, recomendando que não interrompessem os serviços de conexão de dados com velocidade reduzida após o término dos créditos e franquias inicialmente contratados.
MPES defende interesses do cidadão
O ano de 2015, apesar de marcado pela crise econômica e incertezas na política nacional, foi um ano de muitas realizações para o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), definido pelo crescimento da instituição, pela modernização administrativa e tecnológica e pela atuação característica do Ministério Público, a constante defesa da sociedade e dos direitos do cidadão. Confira nesse segundo bloco da retrospectiva o que foi mais acessado no site do MPES no segundo quadrimestre de 2015. Essa série termina amanhã, trazendo os principais fatos da atuação institucional no ano passado.
Maio a Agosto
O segundo quadrimestre de 2015 foi marcado pela atuação do MPES em diversos âmbitos. Meio ambiente, defesa do consumidor, mobilidade urbana e combate à corrupção foram algumas das áreas de destaque. Foi um período de trabalho intenso, definido também pelo debate de assuntos relevantes à sociedade, como os direitos da pessoa em situação de rua e a acessibilidade.
Maio – As atenções se voltaram para problemas urbanos, como a falta de mobilidade na nossa capital e a constante presença do pó preto na Grande Vitória. O MPES, por meio do Coordenador de Meio Ambiente da Região Metropolitana, promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira, foi recebido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto para apresentar as ações do MPES no combate ao pó preto na região da Grande Vitória.
Também tivemos a criação Grupo Técnico de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana, com o objetivo de discutir ações que promovam melhorias, principalmente para o trânsito, e fazer com que os municípios trabalhem de forma integrada, avaliando a implantação de diferentes modais. Ainda em maio, o MPES, por meio da 12ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória (Meio Ambiente), notificou a Concessionária Rodovia do Sol S/A – Rodosol, para que esclarecesse qual a atuação da empresa no sentido de melhorar a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Vitória.
Junho – O crescimento da instituição também foi marcado pela inauguração das novas sedes das Promotorias de Justiça de Itaguaçu e Itarana, levando mais conforto e funcionalidade no atendimento à sociedade. O mês concentrou uma amostra da atuação diversa que o Ministério Público faz em defesa da sociedade.
Nos direitos do consumidor, mais uma vez, o MPES acionou a operadora de telefonia móvel Vivo para que não interrompesse os serviços de internet dos clientes após o fim da franquia contratada requerendo, assim, a manutenção dos serviços de conexão de dados com velocidade reduzida.
Neste mês, a operação “Expresso Cacique”, realizada em Muqui, por meio da Promotoria de Justiça de Muqui e com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na Câmara Municipal de Muqui e em postos de gasolina. A operação foi fruto de investigação do MPES sobre o descontrole nos gastos de diárias e da cota mensal da Câmara Municipal utilizada para o abastecimento de veículos particulares dos vereadores.
A atuação em defesa do meio ambiente também foi prioridade do MPES que, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoa), assinou um Termo de Cooperação com o Instituto Terra, presidido pelo ambientalista e fotógrafo Sebastião Salgado, oficializando a parceria em torno do projeto Olhos d’Água, que tem por objetivo promover a recuperação, proteção e conservação dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Por fim, uma parceria do MPES com o Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo (MPT-ES) lançou o projeto “Cidade Mais Acessível”, para oferecer ferramentas que permitam a eliminação de barreiras físicas e comportamentais, favorecendo a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. A inclusão também foi tema do seminário “O Ministério Público em Defesa do Direito das Pessoas em Situação de Rua”, que levou sociedade civil e especialista à sede da Procuradoria-Geral de Justiça para debater questões como geração de renda, moradia e participação social nesse segmento no Espírito Santo.
Julho – A educação foi também foco de atuação do MPES, com o lançamento do programa “Educação em Valores, Desenvolvimento Humano e Cultura de Paz”, resultado de parceria do MPES com a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), a empresa ArcelorMittal e o escritório Migliori Consultoria. O projeto capacitou 336 educadores de escolas estaduais e municipais, investindo em atividades e ações de resgate dos valores humanos e desenvolvimento de uma cultura da paz nas escolas.
Um desdobramento da Ação Civil Pública ajuizada em face da operadora Vivo, em junho: diante do descumprimento da liminar proibindo a empresa de interromper os serviços de internet dos consumidores, o MPES, por meio por meio da 35ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, exigiu que a empresa fosse seja multada diariamente em R$ 50 mil.
Agosto – Novos desdobramentos da ACP proposta pelo contra a Vivo. O MPES reiterou, junto à Justiça, a aplicação de multa à operadora; conseguiu, na Justiça, o aumento do valor da multa para R$ 100 mil; e pediu intervenção judicial na Vivo e aumento da multa, ações que resultaram no cumprimento da liminar pela operadora.
Resultados da operação “Expresso Cacique”, deflagrada pelo MP em junho, também ocorreram em agosto, com a denúncia dos envolvidos no esquema de corrupção investigado na operação.
MPES incrementa operações de combate à corrupção
O ano de 2015, apesar de marcado pela crise econômica e incertezas na política nacional, foi um ano de muitas realizações para o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), definido pelo crescimento da instituição, pela modernização administrativa e tecnológica e pela atuação característica do Ministério Público, a constante defesa da sociedade e dos direitos do cidadão. Confira nesse terceiro e último bloco da Retrospectiva 2015 o que foi mais acessado no site do MPES no terceiro quadrimestre do ano passado. A série trouxe os principais fatos da atuação institucional no ano passado.
Setembro a Dezembro
Nos últimos quatro meses de 2015, o MPES deu continuidade aos trabalhos executados ao longo do ano. Mais cinco operações de combate à corrupção foram realizadas nesse período. Destaque também para as ações de preservação e defesa dos recursos hídricos.
Setembro – Em setembro, uma vitória no reforço à transparência. O MPES assinou um convênio de cooperação técnica com Câmara Municipal de Itapemirim permitindo, de forma inédita no Brasil, que o Ministério Público tenha acesso amplo, livre e facilitado a todos os dados da Câmara de Vereadores, acompanhando em tempo real e de forma transparente todo o serviço prestado pela Casa de Leis.
Mais uma vez, o combate à corrupção se fez presente, com a Operação “Canudal”, em Vargem Alta, que cumpriu 28 mandados de buscas e apreensões com objetivo de apreender documentos, computadores, mídias e outros equipamentos/materiais, para apurar a prática, em tese, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, fraude à licitação, tráfico de influência, entre outros. Destaca-se também em setembro o lançamento da campanha “10 medidas contra a corrupção”, do Ministério Público Federal (MPF) com parceria do MPES.
Outubro – Entrando no último trimestre do ano, o trabalho do MPES não desacelerou. A realização de mais duas operações capitaneadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), “Berg” e “Casa Limpa”, refletiram o comprometimento da instituição no combate à corrupção.
O MPES criou as Coordenadorias Regionais de Meio Ambiente e Urbanismo, com objetivo de agregar esforços para a defesa e a promoção do meio ambiente natural e artificial dos municípios que compõem cada região, compatibilizando a atividade econômica com a qualidade ambiental e assegurando o bem-estar dos seus habitantes.
Ainda nesse sentido, a escassez de água no Interior do Estado também entrou em pauta, levando o MP a debater com a sociedade em busca de medidas e soluções. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado com os municípios de Santa Teresa e São Roque do Canaã para conter o gasto de água.
Novembro – Em novembro, mais uma operação do Gaeco, com a Receita Estadual, a Receita Federal e a Polícia Militar: a operação “Âmbar”,foi deflagrada para desarticular organização criminosa suspeita de sonegação fiscal milionária no setor de rochas ornamentais em Cachoeiro de Itapemirim.
Dezembro – Foi deflagrada a operação “Cerveja Fria”, última do ano, por meio do Gaeco, em parceria com a Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e a Divisão de Crimes Fazendários da Polícia Civil (DCF). A operação, cujo objetivo foi desarticular e colher provas relativas ao comércio irregular de cervejas, apreendeu mais de 100 mil unidades do produto em situação fiscal irregular, crime que seria responsável por prejuízos diretos aos cofres públicos na ordem de R$ 150 milhões.
Diante da extensão da crise hídrica vivida pelo Espírito Santo, o MPES, por meio do procurador-geral de Justiça ,Eder Pontes da Silva, e dos promotores de Justiça do Meio Ambiente e do Urbanismo, elaborou uma moção ambiental com o objetivo de direcionar as ações das Promotorias de Justiça em relação ao problema da escassez.
Com a poluição do Rio Doce pela lama de rejeitos de minério oriunda do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), a ação pontual do MPES tem sido fundamental para garantir o acesso à agua; a segurança sanitária de quem a consome; a compensação dos trabalhadores que dependiam do rio; o estudo e proteção do bioma; e a reparação pelos danos ambientais. Um Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) firmado com a Samarco também previu a adoção de medidas emergenciais pela empresa, a fim de minimizar o impacto socioambiental.