MPES e ONG acompanham prestação de contas da ArcelorMittal na Assembleia

Representando o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), o promotor de Justiça de Meio Ambiente e Urbanismo de Vitória, Marcelo Lemos Vieira, participou da prestação de contas de representantes da ArcelorMittal Tubarão à Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales) na segunda-feira (28/03). Na ocasião, o gerente de meio ambiente da Arcelor, João Bosco da Silva, informou as ações e investimentos da multinacional visando a melhorias na qualidade do ar da Grande Vitória.
 
Após a sessão, o promotor de Justiça destacou a importância da participação da sociedade no debate. “Foi muito importante a efetiva participação da sociedade civil organizada na discussão, o que trará total transparência e maior legitimidade para a resolução da questão do controle da qualidade do ar e do pó preto”, salientou Marcelo Lemos.
 
O coordenador da Organização Não Governamental (ONG) Eraylton Moreschi Junior também esteve presente à sessão da Comissão de Meio Ambiente, diferentemente do que ocorreu da reunião anterior do colegiado, no dia 07/03.  
 
Poluentes
 
Durante a sessão da Comissão de Meio Ambiente, o gerente da Arcelor informou que a empresa quer investir, até 2018, cerca de 100 milhões de dólares em melhorias da qualidade do ar da Grande Vitória. Segundo ele, entre as medidas a serem tomadas pela Arcelor para reduzir a emissão de poluentes estão a instalação de um sistema de filtros de mangas chamado Gás Cleaning Bag Filter.
 
Na prática, de acordo com João Bosco, esses equipamentos fazem o controle ambiental e promovem a limpeza do gás por meio da retenção física das partículas. O filtro será acoplado aos precipitadores eletrostáticos já existentes na unidade, potencializando a filtragem do material particulado contido nos gases durante o processo industrial.
 
Foi informado também que a meta da Arcelor é que o equipamento reduza até 90% das emissões de material particulado total da chaminé da sintetização e solucione o problema da visibilidade da pluma gerada naquela área. “A chaminé é a principal fonte de emissões de poluentes da empresa, representando 20% de particulados”, explicou João Bosco.
 
A empresa apresentou também as ações que foram desenvolvidas durante o verão, já que neste período aumenta a incidência de ventos na região, aumentando o índice de poluentes na atmosfera. Segundo Silva, foi realizado controle de pátios de estocagem, controle de vias internas, manutenções preventivas em equipamentos de controle ambiental, aplicação sistematizada de polímeros em pilhas de matérias primas, aplicação de supressor de poeira em vias internas e pátios à base de melaço e utilização de água de reuso em umectação de pátios e vias.
 
Empresas devem prestar contas
 
A iniciativa de convocar anualmente representantes das principais empresas poluidoras do Espírito Santo para prestarem contas na Comissão de Meio Ambiente está elencada entre as 23 recomendações previstas no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto, apresentado em outubro passado pela Casa. No dia 25 de abril, o colegiado receberá a empresa Vale.  
 
(Com informações da WebAles/ Assembleia Legislativa)