Instituições criam Fórum de Combate à Corrupção – Focco-ES
29/08/2016Com o objetivo de tornar ainda mais efetivo o combate às fraudes e desvios na gestão pública, foi assinado na segunda-feira (29/08) o Termo de Cooperação Técnica para a criação do Fórum de Combate à Corrupção do Espírito Santo (Focco-ES). A solenidade de assinatura foi realizada no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, sede do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), em Vitória. A criação do Focco-ES permitirá a troca mais ágil de informações e a formulação de ações conjuntas entre as instituições que compõem o fórum.
Integram o Focco-ES o MPES, o Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), o Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCES), a Receita Federal, o Departamento de Polícia Federal (DPF) e o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
Ao abrir a solenidade, a procuradora-geral de Justiça do MPES, Elda Márcia Moraes Spedo, elogiou a união de esforços das instituições de controle. “Iniciar a semana com a assinatura desse termo de compromisso é para mim uma imensa satisfação. Afirmo isso não apenas como procuradora-geral de Justiça, mas principalmente como cidadã que, assim como os demais, está exaurida com a prática da corrupção em nosso país. Encontrar tantas instituições nesse auditório reunidas com o mesmo propósito me traz a certeza de que é possível ter um país melhor, pois vejo que estão comprometidas e unidas na defesa do Estado democrático de direito”, disse a procuradora-geral de Justiça.
Palestra
Em seguida, o procurador regional da República e conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Fábio George Cruz da Nóbrega, ministrou a palestra “Cooperação para a Prevenção e o Combate à Corrupção”. Ele destacou que a corrupção impede o desenvolvimento social ao gerar o desvio de recursos que seriam destinados a importantes áreas sociais.
“É exatamente na saúde e na educação que ocorrem os maiores desvios do nosso país. A CGU estima que 25% dos recursos repassados pela União para os municípios são desviados nessas áreas. Isso reflete em resultados como a colocação do Brasil em último no ranking mundial de sistemas de saúde. Não podemos caminhar se não estivermos unidos nesse enfrentamento da corrupção. Temos também de convidar a sociedade para estar ao nosso lado. Esse grupo que foi criado será um catalizador do combate à corrupção”, disse o procurador.
O conselheiro destacou ainda que o desafio de enfrentar a corrupção é muito maior do que a população pensa. De acordo com Nóbrega, o prejuízo com esta prática no Brasil é de R$ 200 bilhões por ano, com um custo individual, por brasileiro, de R$ 1 mil. “A corrupção está diretamente ligada à falta de educação. Nenhum país avançou no combate à corrupção sem ter uma educação de qualidade.”
Para o procurador da República, a atuação no combate à corrupção precisara acontecer em várias frentes, entre elas: órgãos públicos, sociedade civil, imprensa, empresários, instituições de ensino, além de reformas legislativas.