Operação Quimera – Nota 2

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Sul) e da Promotoria de Justiça de Vargem Alta, com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Polícia Militar, deflagraram hoje (12/04) a Operação Quimera. O alvo das investigações é uma organização criminosa no município de Vargem Alta que atuava prioritariamente fraudando a aquisição de serviços e peças para veículos e máquinas públicas. Um ex-secretário municipal de Vargem Alta e um ex-policial civil foram presos preventivamente. Os secretários municipais de Turismo, Obras e Administração de Vargem Alta, além de dois servidores do município, também foram afastados das funções pela Justiça, atendendo pedido do MPES.

Além das duas prisões, a operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados. Foram apreendidos computadores, celulares e documentos.

As apurações em curso indicaram que a manutenção de veículos públicos e compra de autopeças ocorriam de forma superfaturada, beneficiando ilicitamente os integrantes de uma organização criminosa, formada por servidores públicos, particulares e empresários. Os serviços não eram realizados pelas empresas efetivamente contratadas, mas por outras com preços substancialmente inferiores aos licitados. De acordo com as apurações, a empresa contratada recebia o pagamento e, posteriormente, a diferença de valor era partilhada entre os integrantes da organização criminosa.

Uma das testemunhas, que foi coagida a permanecer em silêncio por pessoas investigadas, relatou ao Ministério Público o modo de atuação dos envolvidos, que se beneficiavam não apenas com valores em espécie provenientes do esquema, mas também de serviços realizados em seus veículos particulares, pelas empresas envolvidas.

Depuração

A ação de hoje é um desdobramento da Operação Depuração, deflagrada inicialmente em 27 de fevereiro de 2018, para apurar irregularidades na Secretaria de Meio Ambiente de Vargem Alta. As investigações mostraram que servidores públicos utilizaram os cargos para atender a interesses privados, apropriando-se ainda de valores públicos relativos a taxas de licenciamento ambiental.

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