A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, Luciana Gomes Ferreira de Andrade, participou na quarta-feira (20/05) da 7ª edição do FNG Café, live promovida pelo Fórum Nacional de Gestão (FNG), vinculado à Comissão de Planejamento Estratégico (CPE) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O tema em discussão foi “A reinvenção do cotidiano: o Ministério Público pós-pandemia”. A discussão foi em torno da volta à rotina, os desafios que precisarão ser superados e as mudanças trazidas de forma permanente pela pandemia.
Também participou do debate o promotor de Justiça e diretor-geral do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), Michel Bentejane Romano. O encontro foi mediado pela membra-auxiliar da CPE/CNMP Ana Lara Camargo.
Na apresentação, foi dada ênfase ao fato de a procuradora de Justiça do MPES ser a primeira promotora de Justiça eleita para o cargo máximo da instituição na região Sudeste do Brasil e terceira mulher na função no Espírito Santo.
A respeito da gestão orçamentária no MPES no contexto da pandemia do coronavírus, Luciana Andrade ratificou que a situação é delicada, mas a gestão do Ministério Público tem sido muito profissional. “Há muito tempo a gente vem se preparando com ferramentas de gestão e de tecnologia. O MP alcançou um prestígio constitucional de muita relevância e se reinventa todo dia para manter a própria estrutura. A instituição tem se preparado para todos os cenários possíveis. O Espírito Santo vem se organizando com muita gestão e austeridade para garantir os deveres do Estado. Nós já baixamos algumas normativas internas para contingenciar despesas e evitar desperdícios”, complementou a procuradora-geral.
Ela exemplificou os avanços já implementados no MPES com o uso de tecnologia, como as sessões virtuais do Colégio e do Conselho Superior do Ministério Público, com a participação dos procuradores de Justiça de forma remota. “A sessão online, por videoconferência, é um dos pontos que acredito, não terá retrocesso. Mas precisamos pensar na saúde ocupacional, para que não tenhamos adoecimentos e afastamento, por esforço repetitivo ou estresse. Nesse sentido, estamos muito antenados, preparando cartilhas digitais e material de apoio, também porque os autos judiciais ainda são físicos e teremos muito cuidado em um retorno presencial”, salientou.
A visão de futuro, dentro de uma nova realidade mais tecnológica, foi um dos pontos altos da conversa. “O MP, apesar de ter portas fechadas fisicamente, mantém as portas abertas para a sociedade por meio eletrônico, virtual. É um novo momento e essas adaptações tecnológicas são extremamente necessárias. É um caminho sem volta”, disse Luciana Andrade.
Para Michel Bentejane Romano, quando o mundo parou em função da pandemia, a adaptação do Ministério Público teve que ser imediata. “Nós não paramos. E isso só foi possível em função do planejamento estratégico que adotamos”, revelou. O diretor-geral do MPSP entende que agora é o momento de rever processos de gestão e fazer o enxugamento de custeios, sem perda da qualidade de ação. “A implementação da tecnologia em algumas áreas vai nos dar retornos financeiros interessantes. O retorno ao cotidiano passa necessariamente pelo uso das ferramentas tecnológicas”, defendeu. Para Ana Lara Camargo, “as novas tecnologias vêm pra ficar, mas terão que ser equilibradas com as interações pessoais”.
FNG Café
Com periodicidade semanal, o FNG Café propõe conversas virtuais, informais, sobre diversas áreas da gestão, como planejamento, comunicação, tecnologia da informação, recursos humanos e orçamento. O evento é aberto a todos os interessados. O Fórum Nacional de Gestão do Ministério Público (FNG) tem como objetivo promover o debate, o estudo, a articulação e a implementação de melhores práticas de gestão para suporte à atividade-fim do Ministério Público brasileiro.