MPES apresentará balanço da Operação Mata Atlântica em Pé nesta quinta (01/10)

A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Luciana Andrade; o dirigente do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoa), promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira; o tenente-coronel Cosme Carlo da Silva, Comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA); a Chefe da Fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Letícia Meneghel; o presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Alaimar Fiuza; e o subgerente de controle Florestal do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Pedro Heyerdahl,  darão uma entrevista coletiva hoje (quinta-feira, 1º de outubro) para apresentar o balanço da Operação Mata Atlântica em Pé 2020 no Espírito Santo. A coletiva será às 14 horas na Procuradoria-Geral de Justiça, sede do MPES, em Vitória.

Vale reforçar que a coletiva seguirá os protocolos do Plano de Biossegurança do MPES, com entrada ao prédio da instituição permitida somente com uso de máscaras e após aferição de temperatura, que não pode estar acima de 37,8ºC.

A quarta edição da Operação Mata Atlântica em Pé foi realizada pelo Ministério Público em 17 Estados brasileiros. Teve início na segunda-feira (21/09), com o objetivo de coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica. A coordenação dos trabalhos, em âmbito nacional, é feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR).

Entenda a operação

Até o dia primeiro de outubro (quinta-feira), fiscais e policiais vinculados à proteção ambiental, sob coordenação dos Centros de Apoio de Proteção ao Meio Ambiente dos Ministérios Públicos Estaduais, fazem vistorias, autuações e outras medidas em propriedades onde houver a confirmação de desmatamento de Mata Atlântica. O trabalho é feito com suporte de satélite e atlas desenvolvidos pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e utiliza, entre as metodologias, imagens comparativas entre o estado atual dos imóveis e a situação em períodos anteriores.

Tecnologia

Nesta edição, foi utilizado um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento com tecnologias de monitoramento e tratamento de dados. A ferramenta possibilitou a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos recentes. A utilização dessa tecnologia foi viabilizada por termos de cooperação diretos de alguns MPs e, em âmbito nacional, pela parceria da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), que tem termo de cooperação para o uso da ferramenta.

Outra novidade da operação neste ano foi a fiscalização remota, sem a necessidade de vistoria em campo, dada a precisão dos dados obtidos pelos sistemas de monitoramento via satélite. Os dados obtidos a partir das imagens foram cruzados com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Assim, foram identificados os proprietários pelos terrenos, viabilizando a lavratura de autos de infração e termos de embargo por via remota.

Diversidade

Todos os Estados brasileiros que abrigam o bioma Mata Atlântica participaram da operação, a partir dos Ministérios Públicos estaduais: Espírito Santo, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. O bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional, e abriga diversas formações florestais (floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta estacional semidecidual, floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, também denominada de Mata de Araucárias), além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais).

A Mata Atlântica é um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana: perto de 70% da população brasileira vive em território onde antes havia esse tipo de cobertura – daí a importância da preservação do que ainda resta, pois isso garante questões fundamentais, como a qualidade do abastecimento de água das cidades. Estima-se que perto de 12% da vegetação original esteja preservada, com 80% desse total mantido em propriedades particulares. É um dos biomas que apresenta a maior diversidade de espécies de fauna e flora – tanto que alguns trechos da floresta são declarados Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Edição anterior

Em 2017 a ação foi realizada apenas no Paraná. No ano passado, foram empreendidas diligências em 16 Estados brasileiros, o que permitiu a confirmação mais de 5,4 mil hectares desmatados sem autorização. Foram fiscalizadas 559 propriedades e aplicados R$ 25 milhões em multas.

No Espírito Santo, foi constatado, em 2019, o desmatamento de 65 hectares e emitidos quatro autos de infração ambiental. Oito boletins de ocorrência foram encaminhados para a Polícia Civil e para o MPES para investigação. A fiscalização foi realizada em áreas nos municípios de Guarapari, Linhares e Governador Lindenberg.

Coletiva

Balanço da Operação Mata Atlântica em Pé 2020 no Espírito Santo
Quando: 1º de outubro (quinta-feira)
Horário: 14 horas
Local: Procuradoria-Geral de Justiça, sede do MPES, em Vitória

Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, nº 121
Bairro Santa Helena – Ed. Promotor Edson Machado (próximo ao pedágio da Terceira Ponte)

* A coletiva seguirá os protocolos do Plano de Biossegurança do MPES, com entrada no prédio da instituição permitida somente com uso de máscaras e após aferição de temperatura, que não pode estar acima de 37,8ºC.