Luciana Andrade destaca a importância de garantir políticas públicas para mulheres mais vulneráveis
11/03/2021
A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, Luciana Andrade, participou de uma live, na quarta-feira (10/03), com o tema “Desafios, Representatividade e Promoção de Igualdade” e reforçou a importância de se garantir e estimular as políticas públicas em benefício das mulheres mais vulneráveis. O evento, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, reuniu as sete procuradoras-gerais de Justiça do Ministério Público brasileiro. A live foi promovida pelo Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, Movimento de Mulheres do Ministério Público de Santa Catarina, Movimento de Mulheres do Ministério Público de Minas Gerais e Movimento de Mulheres do Ministério Público da Paraíba.
Ao cumprimentar as demais colegas de gestão ministerial, Luciana Andrade ressaltou o quanto ainda é necessário caminhar na busca por igualdade de gênero. “Estamos aumentando e consolidando espaços de mulheres à frente do Ministério Público, mas todas nós aqui, procuradoras-gerais de Justiça, somos brancas. É o destaque que faço para uma reflexão”, observou.
Primeira promotora de Justiça eleita para o cargo de PGJ e a terceira mulher a assumir o comando do MPES, Luciana Andrade salientou ainda que o Ministério Público é “a porta de entrada para a proteção de vulnerabilidades” e que, neste momento de pandemia do novo coronavírus, a população precisa ainda mais que a instituição vele e garanta que os direitos fundamentais das pessoas sejam, de fato, concretizados. Com esse viés, reforçou a importância da atuação ministerial para garantir e estimular as políticas públicas em benefício das mulheres mais vulneráveis.
“Sou feminista, eu acredito e trabalho pela equidade de gênero, por oportunidades iguais, pelo respeito entre todas e todos. Ainda temos muitas violências a debelar, notadamente em relação às mulheres mais vulneráveis, mulheres da população preta, LGBTQI, da periferia, as arrimos de famílias. Nesse sentido, portanto, enquanto membras do Ministério Público, nós temos de trabalhar para que esse grande hiato que nos separa seja diminuído, seja por políticas internas, seja por ações e medidas de Ministério Público, saindo, sim, da nossa zona de conforto, confrontando os números, os fatos, a realidade que está na nossa cara, no nosso olhar, estampada no nosso dia a dia. Não temos como fugir disso. Assim, conhecer os cenários, estabelecer estratégias de enfrentamento, são obrigações nossas, como agentes políticos, e como tais, é imperioso que nos profissionalizemos. Estabelecer prioridades de atuação frente a esse sistema de coisas é premente”, destacou a procuradora de Justiça do MPES.
Além de Luciana Andrade, a live contou com a participação das procuradoras-gerais de Justiça Ivana Cei, do Ministério Público do Amapá; Carmelina Moura, do Ministério Público do Piauí; Janaína Carneiro, do Ministério Público de Roraima; Fabiana Costa, do Ministério Público do Distrito Federal; Kátia Rejane de Araújo, do Ministério Público do Acre; e Norma Cavalcanti, do Ministério Público da Bahia.
Entre os pontos abordados pelas PGJs estavam assédio sexual e moral contra as mulheres; machismo estrutural, que gera desigualdade e violência; racismo estrutural; feminicídio de mulheres, em que grande parte das vítimas são negras, como mostram as estatísticas; violência doméstica; e empoderamento das mulheres indígenas.