Homem que agrediu e tentou matar ex-companheira em Aracruz é condenado a 20 anos de prisão

Em um tribunal do júri realizado na terça-feira (09/03), em Aracruz, os jurados atenderam aos pedidos formulados pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Aracruz, e condenaram um homem a 20 anos de prisão pela tentativa de homicídio da ex-companheira. O réu utilizou uma barra de ferro para praticar as agressões e foi sentenciado com a pena máxima para esse tipo de crime. Ele ficará inicialmente em regime fechado e teve a prisão provisória mantida.

O agressor foi denunciado pelo MPES pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, feminicídio e violência doméstica e familiar, nos termos do art. 121, § 2º, incisos II, III, IV e VI, na forma do art. § 2º-A, I, combinado com o art. 14, inc. II, todos do Código Penal, na forma da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha). Os crimes dessa natureza estão sendo julgados esta semana em todo o Estado por ocasião do mutirão do Dia Internacional da Mulher.

No dia 10 de abril de 2017, por volta das 2h40, na Rodovia ES 010, em Santa Cruz, em um local escuro, o réu golpeou várias vezes a cabeça da vítima com uma barra de ferro, com a intenção de matar a ex-companheira, que foi socorrida a tempo por familiares. A vítima tinha ido a um forró e retornava para casa com a irmã, quando foi atacada.

O homem estava escondido no banheiro de um bar aguardando a ex-companheira passar. Mesmo desacordada pelos golpes com a barra, ela continuou sendo agredida. O réu também portava um facão e ameaçou a irmã da vítima para que não a defendesse. Porém, a irmã conseguiu pedir socorro e, com a chegada de outros familiares, o agressor se evadiu em uma motocicleta, deixando a barra de ferro. Ao se pronunciar no júri, o promotor de Justiça exibiu a barra aos jurados e permitiu verificarem o peso dela contra as próprias cabeças.

Sequelas

Em decorrência dos fatos, a vítima permaneceu com deformidade permanente, com afundamento de crânio e visíveis cicatrizes inclusive na região da face. Ela perdeu a memória do dia do crime, precisou inserir platina na face e relatou que até hoje sente dormência no rosto.

Segundo os autos, a vítima e o réu mantiveram união estável por sete anos e, nesse período, a mulher era agredida fisicamente pelo companheiro, quando estava alcoolizado. Numa das ocasiões, ele chegou a bater a cabeça da vítima contra a parede.

O crime ocorreu uma semana após o casal ter rompido o relacionamento, por uma suposta traição do réu. Com isso, a vítima voltou a morar com a mãe. Na noite da agressão, porém, o réu viu a ex-companheira próximo a outro homem em um forró e disse que “depois conversaria” com ela. Quando a mulher voltava para casa, foi surpreendida e atacada.

Ao final do julgamento, realizado das 9h às 17 horas, o promotor de Justiça encaminhou a sentença para a vítima e informou o resultado. Ela agradeceu e ficou emocionada com o desfecho do caso.

Veja a denúncia

Veja a decisão