MPES discute soluções para falta de medicamentos para pacientes em UTIs na Região Sul

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Saúde (Caops), promoveu na quinta-feira (15/04) uma reunião virtual para tratar do funcionamento dos hospitais de referência para Covid-19 da Região de Saúde Sul, focando na estrutura de atendimento, equipe de profissionais da saúde e, principalmente, no estoque de medicamentos para o tratamento da doença, quando o paciente está na UTI. O encontro, sob a coordenação da dirigente do Caops, promotora de Justiça Inês Thomé Poldi Taddei, contou com a participação de cerca de 30 pessoas.

Todos os hospitais públicos, filantrópicos e privados que recebem pacientes com Covid-19 se fizeram presentes, sendo que representantes dos hospitais, como da Santa Casa de Guaçuí, Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim e do Litoral Sul, Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim (Hifa), Santa Casa de Cachoeiro, dentre outros, destacaram que o quantitativo de medicamentos está no limite, e que as unidades estão tendo dificuldades para comprar diante da demanda crescente, da não entrega por parte das empresas/distribuidoras, além do preço abusivo desses medicamentos e insumos.

A dirigente do Caops reforçou a preocupação com essa situação de desabastecimento neste momento crítico da pandemia no Estado, devido à possibilidade de os pacientes internados com Covid-19 em UTIs sofrerem com a falta dos medicamentos, como anestésicos e sedativos.

“Estamos completando um mês de decreto de risco extremo no Estado do Espírito Santo, e o índice de ocupação de leitos de UTIs vem se mantendo acima de 92%. Nossa preocupação é que os pacientes já internados entrem em sofrimento por conta da falta de medicamentos, e que leitos tenham que ser desativados, dificultando, ainda mais, a regulação. Estamos passando por um período muito difícil e desgastante da pandemia, que se complica com essa situação gerando prejuízos irreparáveis na prestação de serviços de saúde para atendimento da população capixaba. É necessário que o Ministério Público tenha conhecimento das empresas que estão fazendo cobranças abusivas nos preços de remédios e insumos para tratamento hospitalar e se negando a entrega-los. É necessário, também, que os hospitais filantrópicos e Santas Casas, isoladamente e em conjunto com a FEHOFES, busquem, imediatamente, a esfera judicial para garantir suas compras”, destacou Inês Thomé Poldi Taddei.

A reunião contou com a participação de representantes da Coordenadoria de Saúde e promotorias de Justiça da Região Sul, de subsecretarias de Estado da Saúde para Assuntos de Regulação e de Organização da Atenção à Saúde e da Assistência em Saúde, de Diretorias/Superintendências dos hospitais públicos, privados/filantrópicos da Região Sul, da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo (FEHOFES) e da Superintendência de Saúde da Região Sul.