MPES adere às cores do arco-íris nos canais da instituição no Dia Internacional do Orgulho LGBTI+
28/06/2021A ação tem como objetivo ampliar o debate acerca da necessidade de lutar pela garantia e defesa dos direitos dessa população
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) personalizou a identidade visual dos seus canais oficiais na internet para homenagear e chamar atenção para a necessidade de atuar em defesa da garantia dos direitos da população LGBTI+. A ação aconteceu hoje (28/06), Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, e é realizada em parceria com a Comissão de Direito à Diversidade Sexual (CDDS) do MPES.
Atuar em defesa dos direitos das minorias e por uma sociedade com mais igualdade é um dos papeis fundamentais do Ministério Público, como defende a procuradora-geral de Justiça do MPES, Luciana Andrade. “O Ministério Público é o guardião dos direitos fundamentais. Atuamos em várias frentes e, entre elas, na defesa dos direitos de igualdade e no incentivo da adoção de políticas públicas eficientes e afiançadoras dos direitos de todas as minorias, inclusive as pessoas LGBTI+. As políticas com equidade de gênero são essenciais para a dignidade humana, a fim inclusive de afastar qualquer tipo de discriminação ou abuso”, afirmou.
Para o promotor de Justiça Franklin Gustavo Botelho Pereira, coordenador da CDDS, a adoção das cores da bandeira LGBTI+ nos canais do MPES reflete o compromisso da instituição com a luta em prol dessa população. “A Comissão de Direito à Diversidade Sexual do Ministério Público do Estado do Espírito Santo enaltece a procuradora-geral de Justiça, Dra. Luciana Gomes Ferreira de Andrade, pela iniciativa histórica de alterar o layout do site, intranet e todas as redes sociais institucionais, em homenagem ao mês do Orgulho LGBTI+, reconhecendo a necessidade urgente de se garantir e defender os direitos dessa parcela da população tão discriminada em nosso país”, pontuou.
A importância de celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, fomentando a mobilização social em favor da luta por direitos, também foi defendida pelo subprocurador-geral de Justiça Judicial do MPES, Josemar Moreira. “É uma manifestação importante a ser comemorada por todos, pois mobiliza toda sociedade sobre a inclusão, igualdade, respeito, isonomia de direitos, acesso à informação, relações de emprego e combate à LGBTfobia ou qualquer outra forma de discriminação”, ressalta.
Josemar Moreira reforça também que a comunidade LGBTI+ tem no Ministério Público espírito-santense um aliado em sua luta e que o Parquet capixaba é uma instituição comprometida com a efetivação dos direitos fundamentais do ser humano. “O amor não escolhe gênero para fazer moradia, por isso, o respeito deve estar sempre presente. É inadmissível que, em pleno ano 2021, ainda existam covardes ataques por parte daqueles que se julgam melhores que os outros”, enfatizou.
Uma morte a cada 36 horas
Conforme dados do Relatório do Observatório de Mortes Violentas no Brasil, no ano de 2020, a cada 36 horas um LGBTI+ brasileiro foi vítima de homicídio ou suicídio, confirmando o país como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Dado corroborado por estudos do próprio Ministério dos Direitos Humanos, que concluiu que no país, entre 1963-2018, a cada 16 horas um LGBTI+ foi assassinado. Os dados apontam que em 2020, 237 pessoas LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia, sendo 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). Desde a década de 80, pela primeira vez, as travestis ultrapassaram os gays em número de mortes: 161 travestis e trans (70%), 51 gays (22%), 10 lésbicas (5%), 3 homens trans (1%), 3 bissexuais (1%) e também 2 heterossexuais confundidos com gays (0,4%).
Comparativamente aos anos anteriores, em 2020 foi observada redução das mortes violentas de LGBTI+: de 329 para 237, diminuição de 28%. O ano recorde foi 2017, com 445 mortes, seguido em 2018 com 420, baixando para 329 mortes em 2019 e 237, em 2020. Apesar dessa redução da violência letal observada nos dois últimos anos, as mortes de LGBTI+ cresceram incontrolavelmente nas duas últimas décadas: de 130 homicídios em média em 2000, saltou para 260 em 2010, subindo para 357 nos últimos quatro anos.
Ainda de acordo com o Relatório do Observatório de Mortes Violentas no Brasil, segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde, infelizmente, persiste a pena de morte contra essas pessoas. Mais da metade dos assassinatos de LGBTI+ no mundo ocorrem no Brasil.