Quinto dia de julgamento do Caso Milena Gottardi tem início e réus começam a ser ouvidos

Teve início na sexta-feira (27/08) o quinto dia do julgamento dos seis acusados de envolvimento no assassinato da médica Milena Gottardi. Além das duas últimas testemunhas de defesa, os réus começaram a ser ouvidos no período da tarde.

O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) Leonardo Augusto Andrade Cezar dos Santos, explicou a ordem de depoimentos dos réus. “Começa pelo executor contratado, Dionatas Alves Vieira. Em seguida, será a vez de Bruno Rodrigues Broetto, que teria conscientemente emprestado a moto utilizada para a execução do crime. Vai para os que intermediaram o crime, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, vulgo ‘Judinho’. Por fim, será a vez da oitiva de Esperidião e Hilário Frasson, os mandantes do crime”, detalhou.

A médica oncologista pediátrica Milena Gottardi foi baleada na cabeça quando saía do Hospital das Clínicas, no bairro Maruípe, em Vitória, no dia 14 de setembro de 2017. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Ela morreu aos 38 anos e deixou duas filhas. A ocorrência policial militar foi iniciada para apurar tentativa de assalto. No entanto, as investigações iniciais já apontaram para um crime de mando.

Pela manhã, foram ouvidos o desembargador aposentado Arnaldo Santo Souza. Foi a primeira vez que o Fórum Criminal de Vitória utilizou a videoconferência para fazer uma oitiva. Após, José Ferreira Campanholi prestou depoimento na qualidade de testemunha de defesa de Esperidião Frasson.

Quarto dia

Na quinta-feira (26/08), o depoimento do irmão da médica, Douglas Gottardi, foi marcado pela emoção. Ele, que agora é o responsável legal pelas duas filhas de Milena com Hilário desde o assassinato da mãe, relatou o período de adaptação das meninas após o crime brutal.

Ao falar das sobrinhas, Douglas chorou muito. Segundo ele, o período não foi nada fácil e ainda há marcas do vazio deixado por Milena, principalmente na mais nova. Douglas e a esposa acolheram as sobrinhas pouco tempo após o crime. A mais nova, na época com 2 anos, chorava muito e chamava pela mãe. À noite, a situação piorava e eles ficavam sem saber o que dizer para ela.

Por diversas vezes, quando a esposa de Douglas chegava do trabalho, a sobrinha corria para a porta, acreditando que fosse Milena. Ainda hoje, ela ainda dorme com eles. Sempre fica muito agarrada com a tia e dorme abraçada com ela. Douglas acredita que essa é uma forma de “compensar” a ausência da mãe. Em relação à filha mais velha de Milena, hoje com 13 anos, Douglas disse que ela tem medo da possibilidade de ter que voltar a morar com o pai.

Para o promotor de Justiça Rodrigo Monteiro, que também atua no caso, a quinta-feira foi um dia muito produtivo. “Tivemos um depoimento forte do irmão da vítima, relatando detalhes fundamentais da personalidade de um dos envolvidos no crime. Ao final desse depoimento, tivemos a oitiva de várias testemunhas de defesa. Foram depoimentos curtos, que deram uma dinâmica ao julgamento”, contou.