Luciana Andrade ressalta a importância da mulher ocupar cargos de liderança em evento do MPRJ

A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Luciana Andrade, participou, na terça-feira (08/03), de evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, realizado virtualmente pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do canal do Youtube do Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB). Além de Luciana Andrade, o encontro reuniu outras três mulheres palestrantes. Todas apresentaram histórias emocionantes de superação e combate à opressão e violência de gênero.

Luciana Andrade ressaltou a importância de a mulher ser feliz, independente das escolhas de vida, destacando que todas querem e merecem igualdade de gênero e tratamento com equidade. A procuradora-geral de Justiça lembrou as duas primeiras mulheres a ocupar o cargo máximo de chefia no MPES, as procuradoras de Justiça Catarina Cecin Gazele e Elda Spedo, demonstrando que também é importante, para a luta feminina pela conquista de espaços, que mulheres ocupem cargos de destaque. A chefe do MP capixaba também compartilhou importantes passagens e momentos de sua trajetória na luta por Direitos Humanos e destacou a importância do diálogo a fim de combater os estereótipos de gênero.

“É importante usarmos a data de hoje para pontuar experiências de empoderamento, locais de fala e reverberar pensamentos. É um marco simbólico. Precisamos trazer essas temáticas, enquanto mulheres, para todos, pois com essa reciprocidade de conhecimento vamos exterminar de vez estereótipos enraizados que inviabilizam a ocupação desses espaços”, frisou.

Tratando dos obstáculos que teve de ultrapassar para chegar até o ponto mais alto dentro da hierarquia institucional, Luciana Andrade contou um pouco da sua vida. No mesmo ano em que engravidou entrou na faculdade. Terminado o curso, o ingresso na carreira no MPES, se deu em 2003. Como mulher que escolheu ter carreira e família, viveu alguns percalços, mas sempre se dedicando integralmente em todas as áreas que escolheu seguir.

Na carreira, assumiu cargos complexos e desafiadores, colocando-se em situações de gerenciamento de crises e gerando um protagonismo que a fizeram ser lembrada para, mais tarde, assumir a função de procuradora-geral. Como mãe e esposa, ressaltou que a família sente muito orgulho de toda sua trajetória. “Estou compartilhando essas experiências não para enaltecer minha história, mas, sim, dizer que todas nós precisamos nos posicionar como mulheres que têm competência para ocupar o espaço de decisão na nossa instituição e, portanto, na sociedade”, ratificou.

No início da rodada de palestras, a brigadeiro-médica da Força Aérea Brasileira Carla Lyrio, primeira mulher a ser promovida ao posto de oficial general no país, compartilhou com o público a trajetória profissional dela. A militar apresentou um panorama histórico do ingresso feminino nas Forças Armadas, desde a década de 1980, e citou como desafio a ser superado o combate ao preconceito e a busca por maior inclusão nos quartéis.

Em seguida, a decana do MPRJ, procuradora de Justiça Maria Cristina Palhares dos Anjos Tellechea, iniciou a fala com a declamação de um poema da escritora Adélia Prado, a partir do qual ressaltou a sensibilidade feminina como fonte de empatia e compaixão. “Estamos falando de uma feminilidade, que não se confunde com submissão, e de uma coragem, que não aceita o menosprezo”, afirmou a procuradora.

O encontro terminou com palestra da psicóloga Lisandra Zanuto, que fez reflexões sobre o papel da mulher na sociedade e as lutas diárias por uma vida emancipada e livre das pressões e padrões sociais e culturalmente impostos.

O subprocurador-geral de Justiça de Administração do MPRJ, Eduardo Lima Neto, representando o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, foi quem abriu o evento de homenagem às mulheres. “Eventos como este, do dia 8 de março, são de extrema importância. Eles oferecem lugar para essas falas e é por meio delas que consolidamos uma prática social e ressaltamos problemas que precisam ser trazidos à tona para serem trabalhados. Parabéns a vocês por estarem unidas aqui, hoje, com esse propósito”, disse.

A idealização do evento e mediação foi da procuradora de Justiça Carla Araújo, que também está à frente do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAO Violência Doméstica/MPRJ.

Assista AQUI à íntegra do evento.