Empresário que mandou assassinar a companheira em 2001 é condenado a mais de 21 anos de prisão
21/03/2022O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do promotor de Justiça do Júri de Vitória Rodrigo Monteiro, obteve a condenação do empresário que mandou matar a companheira em 2001. A vítima tinha 28 anos, na época. O réu foi condenado a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão por homicídio duplamente qualificado, após o Tribunal do Júri realizado na sexta-feira (18/03), no Fórum de Vitória, decidir que ele foi o mandante do crime.
O empresário, que respondeu todo o processo em liberdade, foi preso imediatamente após a leitura da sentença para cumprir a pena em regime inicialmente fechado. O caso demorou 21 anos para ir a julgamento em razão de reviravoltas na investigação e, principalmente, por recursos interpostos pela defesa do réu.
Ao avaliar o caso, o promotor de Justiça Rodrigo Monteiro disse que foi feita justiça para a vítima e para a família dela. “Um réu com um poder aquisitivo maior consegue levar um caso desse por anos, interpondo uma série de recursos. O Ministério Público sempre atuou para que esse desfecho já tivesse ocorrido bem antes, para que houvesse resposta à família da vítima e para a sociedade”, salientou.
Na sentença, a juíza Lívia Regina Bissoli Lage destacou que o empresário foi o principal responsável pelo feminicídio. “A culpabilidade é exacerbada, sendo extremamente reprovada a conduta do réu, restando comprovado que ele planejou e premeditou detalhadamente o delito junto com terceiras pessoas, sendo seu idealizador e principal responsável pelo crime”, conforme consta na decisão judicial.
Entenda o caso
O crime ocorreu em 31 de outubro de 2001. Na ocasião, a companheira do empresário foi atingida por dois disparos quando deixava uma clínica de estética onde trabalhava, no bairro Jardim Camburi, em Vitória.
Na época dos fatos, o empresário tinha mais de 50 anos e era dono de um posto de combustíveis. Ele mantinha um relacionamento possessivo e violento com a vítima havia quase dois anos. Cerca de um mês antes da morte da companheira, descobriu um caso de infidelidade dela. No entanto, após a descoberta, fez um seguro de vida para ela, constando como único beneficiário. Depois do crime, ele inclusive entrou na Justiça para receber o valor do seguro.
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