MPES obtém condenação do líder do tráfico de drogas em Terra Vermelha a mais de 54 anos de prisão

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, obteve a condenação do homem conhecido como “Frajola”, que chefiava o tráfico de drogas em quase toda a região de Terra Vermelha, no município. Ele foi condenado a 54 anos, 5 meses e 20 dias de prisão por ser o mandante de dois assassinatos cometidos no dia 10 de fevereiro de 2019, por volta das 22 horas, em local próximo à entrada de um parque aquático, no bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha.

O júri, considerado um dos mais emblemáticos do município no combate aos crimes de homicídio e tráfico de drogas, durou dois dias e terminou na noite de terça-feira (22/03). Além de “Frajola”, foram condenados o principal comparsa dele e os três executores dos homicídios. O braço direito de “Frajola” na organização criminosa foi condenado a 49 anos de prisão e os executores receberam penas de 46, 42 e 36 anos de prisão.

Todos foram condenados pelos crimes de homicídio consumado qualificado pela motivação torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas, e cumprirão as penas inicialmente em regime fechado.

Conforme o Ministério Público Estadual relatou na denúncia oferecida à Justiça, os crimes foram cometidos quando “Frajola” já estava preso. Mesmo assim, continuou controlando a atividade de tráfico de drogas na região de Terra Vermelha. Para tanto, contava com um comparsa, que tomava as decisões após consultar o líder na prisão.

A mando dos dois chefes da facção, os três executores renderam as vítimas perto de onde elas residiam e as conduziram ao local onde cometeram a execução. O motivo dos crimes foi a disputa pelo tráfico de drogas.

Durante a apuração do caso, investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPES constataram que “Frajola” teve 1.500 horas de visitas de advogados, em 720 ocasiões diferentes, embora ele afirmasse não ter envolvimento com o tráfico de drogas e não dispor de fonte de renda.

O líder da organização criminosa passou por julgamentos anteriores, mas foi absolvido. Por isso, para os promotores de Justiça do MPES que atuaram no caso, as condenações contribuem para reduzir a criminalidade e a impunidade, pondo fim à atuação de um grupo criminoso que agia em Vila Velha.

Veja a decisão.