Seminário debate conflito social sob a perspectiva da teoria política contemporânea e da psicanálise

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), do Núcleo de Proteção dos Direitos Humanos (NPDH), da Escola Nacional do Ministério Público (Enamp) e do Colégio de Diretores de Escolas e Centros de Estudos (CDEMP), realizou, na quarta-feira (17/08), o evento virtual “O conflito social sob a perspectiva da teoria política contemporânea e da psicanálise”. O evento online contou com a presença de cerca de 100 pessoas, incluindo membros, servidores, estagiários do MPES e público externo. 

O integrante do NPDH e promotor de Justiça do MPES Gusthavo Ribeiro Bacellar fez a abertura do evento agradecendo a disponibilidade dos palestrantes e a presença de todos. Ressaltou o quão enriquecedor é o debate que envolve o tema. “Esse processo de formação tem o objetivo da multidisciplinariedade, de buscar compreender esse fenômeno com o qual nós, da área jurídica, nos deparamos no nosso dia a dia, vez que o grande elemento de trabalho é o conflito. E muito além de debater formas de tratá-lo e lidar com o conflito, nós precisamos também entender o significado do conflito”, completou. 

O coordenador do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição de Conflitos (Nupa), promotor de Justiça Alexandre de Castro Coura, destacou a importância de buscar compreender conceitos a partir de outras áreas. “Perceber uma abordagem tão rica e plural no MPES é motivo de muita satisfação. A gente vê que esse caminho da formação está sendo criado de uma maneira consistente”, declarou.

O dirigente do Ceaf, promotor de Justiça Hermes Zaneti Júnior, também frisou o valor que é buscar uma formação complementar. “Isso nos permite uma janela de oportunidade. Então nos permite refletir sobre nós, olhar para fora e aprender com o mundo. Eu acho que isso é muito oportuno para nós, como escola do Ministério Público”, pontuou. 

Palestras e debate

A primeira palestra foi ministrada pela professora titular do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Márcia Barros. Ela apresentou o tema: “O afeto e o poder: política e subjetividade no cenário atual”. Márcia Barros partiu do princípio de que somos seres falantes e que, por isso, somos sujeitos ao mal-entendido. Nesse sentido, apresentou a ideia de ato falho e explicou as diferenças de escutar e ouvir. A palestrante estabeleceu uma relação entre política e poder, como uma atividade fundamental, e a psicanálise como uma teoria que se inscreve no campo da palavra.   

Em seguida, o professor associado do Departamento de Ciência Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Ufes Igor Suzano Machado ministrou a palestra: “Conflitos sociais na contemporaneidade: buscando alternativas democráticas”. O professor apresentou as perspectivas teóricas, sociológicas e políticas para refletir a respeito do conflito e a implicação dele no contexto contemporâneo.

Nas perguntas e debate final conduzidos pelo promotor de Justiça Gusthavo Ribeiro Bacellar, foram levantadas questões como a recapacitação de grupos tutelados pelo MPES, a maneira como o direito pode servir para fomentar acordos e os riscos de o Ministério Público assumir a função de responsável pela pacificação social, entre outras.