Encontro nacional reforça a importância do enfrentamento à violência física e mental contra mulheres
24/09/2022Após dois dias de palestras, debates e trocas de experiências envolvendo temas relacionados ao combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres e os impactos na saúde mental, foi encerrado no final da tarde de sexta-feira (23/09) o XII Encontro Nacional da Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Copevid), que abordou “Os aspectos psicossociais da violência de gênero contra as mulheres”.
Na solenidade de encerramento do evento, promovido pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), em Vitória-ES, a procuradora-geral de Justiça da instituição e presidente do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), Luciana Andrade, destacou a importância das discussões, tendo como foco a garantia da proteção integral das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
“Os eventos da matéria de defesa dos direitos das mulheres promovidos aqui são sempre muito prestigiados e, não é à toa, portanto, que a sociedade capixaba vê no Ministério Público um grande defensor das mulheres. Desistir jamais, esmorecer nunca! Essas são palavras de ordem no nosso dia a dia”, ressaltou Luciana Andrade. A procuradora-geral de Justiça do MPES também agradeceu o empenho de todas e todos que participaram e auxiliaram na realização do encontro.
A Copevid integra o Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), que tem por finalidade promover, proteger e defender os direitos fundamentais dos cidadãos e é ligado ao Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG).
Experiências
A coordenadora da Copevid, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) Rúbian Corrêa Coutinho, reforçou que a troca de experiências vai potencializar ainda mais o trabalho da comissão. “A Copevid é uma comissão combativa e não esmorece. Esses encontros, que fazemos anualmente, reforçam o nosso propósito de continuar nessa luta e abrem o nosso olhar, a nossa percepção, para as interseccionalidades, trazendo as minorias que, na verdade, são a grande maioria invisibilizada”, discursou.
A coordenadora do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid) do MPES, promotora de Justiça Cristiane Esteves Soares, e as coordenadoras e os coordenadores dos subnúcleos do Nevid, as promotoras e promotores de Justiça Isabel Mendes Lomeu, Gabriella Candido Cardoso, Gustavo Padilha Rosa, Lucas Lobato La Rocca e Itamar de Ávila Ramos também participaram do segundo dia do evento.
O encontro reuniu membras, membros, servidoras e servidores do Ministério Público brasileiro, do Poder Judiciário, das Polícias Militar e Civil, das guardas municipais, da rede de atendimento à mulher em situação de violência e da comunidade acadêmica.
Feminicídio
A primeira palestra da tarde foi ministrada pela professora e doutoranda em História Janira Sodré Miranda, com o tema “Feminicídio e interseccionalidades”. Em seguida, a presidente da rede de Apoio a Perdas Irreparáveis (API), psicóloga Gláucia Rezende Tavares, abordou “O luto do feminicídio: os reflexos do feminicídio no luto dos órfãos e ascendentes das vítimas e a importância de políticas públicas”. Os debates foram conduzidos pelo coordenador do subnúcleo do Nevid de Cachoeiro de Itapemirim – Região III, promotor de Justiça do MPES Lucas Lobato La Rocca.
O segundo dia de evento teve início com a palestra “Violência sexual”, ministrada pela promotora de Justiça de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e coordenadora do Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência e Familiares (Navv) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), Silvia Chakian de Toledo Santos.
Na sequência, a diretora do Instituto Acalanto, psicóloga clínica e hospitalar Daniela Reis e Silva, abordou o tema “Violência sexual sob o viés do trauma: desafios e possibilidades”.
A promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), Érica Canuto, ministrou a palestra “Limites e possibilidades de acolhimento à mulher em situação de violência psicológica”. Os debates foram conduzidos pela promotora de Justiça do MPES Helaine da Silva Pimentel.
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