MPES atua na implementação da lei que obriga ensino de história e cultura afro-brasileira
08/11/2022O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Educação (Caope), está atuando diretamente na implementação da Lei 10.639/2003, no tocante à obrigatoriedade do ensino de história e de cultura afro-brasileira pelos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. O assunto esteve em destaque durante o “V Encontro da Juventude Negra com o MPES”, realizado no dia 04 de outubro deste ano, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça. O Caope tem um longo histórico de ações voltadas para o enfrentamento do racismo estrutural e implementação da Lei 10.639. Nos últimos anos, foram diversos eventos, palestras, pesquisas, sempre no intuito de apresentar resultados e sugestões de atuação às promotorias de Justiça com atribuição em Educação.
O tema faz parte do Plano Geral de Atuação (PGA) do MPES, com o Projeto “Promoção da Educação Antirracista” a ser executado pelo Caope, e receberá importante contribuição do resultado de uma pesquisa em desenvolvimento pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo (Undime-ES) junto às secretarias de Educação a respeito do assunto. Além do material da Undime, o Caope também fará uma pesquisa própria, com um questionário aberto à população com temas voltados ao racismo estrutural e previsões da Lei 10.639. O estudo, voltado aos municípios, visa contextualizar os “Indicadores de qualidade na educação – relações raciais na escola”, para mapear a situação inicial e o acompanhamento de informações e dados.
A dirigente do Caope, procuradora de Justiça Maria Cristina Rocha Pimentel, explicou que o passo seguinte, após a aplicação do questionário, será confrontar os municípios, a partir das respostas das pessoas, para entendimento do que é racismo estrutural, como ele ocorre e, principalmente, como prevenir. “As Secretarias Municipais e Estadual de Educação devem informar quais ações efetivamente têm sido promovidas para o cumprimento da lei. No passado, o atendimento à lei era feito apenas com projetos pontuais ou atividades específicas, sem estarem inseridos no currículo escolar de forma permanente. Primeiro vamos ouvir a população para depois confrontar os municípios”, explicou.