Getep e Ceaf realizam curso de Círculos de Construção da Paz para voluntários do sistema prisional
20/03/2023O Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep), com apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), promoverá, nos dias 22 (quarta-feira), 23 e 24 de março, o “Curso de Formação de Facilitadores Círculos de Construção da Paz”, com base na metodologia da Justiça Restaurativa. O projeto, que integra o Planejamento Estratégico do MPES, é desdobramento da formação iniciada pelo Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (Nupa) em 2018 e que, agora, se multiplica para atuação no sistema prisional.
O curso terá a participação de voluntários que atuam no sistema prisional, entre eles membros da diretoria da Apac-Vila Velha, da Igreja Presbiteriana de Jardim da Penha, que cedeu o espaço da igreja para a realização do curso, e dos servidores do MPES Vanderlei Cristo Mendonça (Getep) e Michelle Darós Coelho (CAIJ).
Além da parte teórica e da imersão nas práticas restaurativas, o curso prevê um estágio em que os participantes, em dupla, farão quatro círculos de diálogo em unidades prisionais da Grande Vitória. Para o coordenador do Getep, procurador de Justiça Cézar Ramaldes da Cunha Santos, os círculos de diálogo fazem com que os internos sejam levados a uma imersão interior, descobrindo valores positivos, as perdas causadas pelo afastamento familiar com o advento da prisão e a necessidade de repensar o futuro, o pós-prisão.
“Para isso trabalhamos com eles ‘o quê?’, ‘quando?’ e ‘como?’, as mesmas perguntas que norteiam qualquer projeto acadêmico e podem e devem sustentar projetos de vida. Temos usado essa metodologia desde 2019 e já fizemos o trabalho com diversas turmas. Cada turma passa por quatro encontros, o que permite essa conexão entre internos e facilitadores”, explicou Cézar Ramaldes.
Participação
O coordenador do Getep destacou ainda que a participação da sociedade civil no acompanhamento do cumprimento da pena é de extrema importância para o retorno à convivência no meio social.
Para o servidor Vanderlei Cristo, a formação de novos facilitadores permite dar amplitude ao projeto e, com isso, alcançar cada vez mais pessoas com as práticas circulares. A servidora Michelle Darós complementou que para os novos facilitadores é uma possibilidade ímpar. “Dentro das celas e galerias não é possível se falar das coisas que falamos nos círculos, de se expor sem ser julgado, de falar de sentimentos, frustrações, expectativas e sonhos, esse tratamento humanizado é fundamental para a recuperação”, avaliou.