Justiça recebe denúncia do MP contra empresários envolvidos em lavagem de dinheiro

Hugo Soares de Souza, Fernanda Cruz da Silva e Rodrigo Bonatti de Moraes foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (GAESF), pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A denúncia foi recebida pela 2ª Vara Criminal de Vitória. Também foram denunciados os empresários mineiros Vanderlei da Silva Contine e Guilherme Bonilha Contine pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

As investigações do MPES (“Operação Stuttgart”), conduzidas em parceria pela Delegacia Especializada de Crimes de Furtos e Roubos de Veículos (DCFRV) apontam que Soares de Souza e Rodrigo Bonatti de Moraes foram responsáveis pela constituição de várias empresas “de fachada” no estado de Goiás, utilizadas para emitir e receber documentos fiscais simulados, com o objetivo de assegurar vantagens fiscais indevidas aos verdadeiros envolvidos nas operações.

Ficou constatado que a empresa distribuidora de bebidas sediada em Minas Gerais, pertencente aos denunciados Vanderlei da Silva Contine e Guilherme Bonilha Contine, faturava suas mercadorias para as fictícias empresas goianas, para se livrar do ônus de recolher o ICMS por substituição tributária. No entanto, os produtos eram entregues aos verdadeiros adquirentes, sediados em vários estados da Federação.

Além do recebimento de documentos fiscais simulados, as empresas goianas pertencentes a Hugo Soares de Souza também eram utilizadas para intermediar os pagamentos realizados pelos verdadeiros adquirentes das mercadorias em favor da empresa mineira, para “lavar” os valores provenientes de sonegação fiscal.

As provas demonstraram que Hugo Soares de Souza recebia uma comissão para intermediar as vendas realizadas por terceiros, que variava entre 0,5% a 5% do valor de cada operação. Para dissimular a origem ilícita dos valores recebidos, ele utilizou de três empresas “de fachada” sediadas no Espírito Santo para receber os recursos, duas delas tendo como sócia Fernanda Cruz da Silva, esposa dele. 

A denúncia também destacou volumoso patrimônio acumulado por Hugo com recursos provenientes de sua atividade criminosa, com destaque para 19 veículos (incluindo um Audi Q7, um Audi RS5 e um Porsche 911 Carrera) e 03 imóveis (incluindo uma mansão na Ilha do Boi, em Vitória, com vagas personalizadas para seus carros de luxo).

A decisão que recebeu a denúncia também manteve o sequestro judicial sobre esses bens e outros ativos financeiros, postergando para momento oportuno a análise do requerimento de alienação antecipada dos veículos formulado pelo Ministério Público.